O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou ao Brasil nesta quinta-feira (30) após passar três meses nos Estados Unidos, onde se recuperou de uma cirurgia. Em seu primeiro dia no país, ele já protagonizou um atrito com o atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao reclamar da falta de carros blindados para sua segurança.
Bolsonaro disse que, antes de viajar, tinha direito a dois carros blindados fornecidos pela Casa Civil, mas que eles foram retirados após o anúncio de sua chegada. Ele afirmou que corre risco de sofrer um atentado, citando o episódio de 2018, quando foi esfaqueado durante a campanha eleitoral, e os planos do PCC contra o senador Sergio Moro (União-PR), revelados pela Polícia Federal.
O ex-presidente reconheceu que a lei não define a obrigatoriedade do repasse dos carros blindados, mas disse que a atitude do governo Lula não é "racional" e que ele nunca perseguiu ex-presidentes de nenhum governo. Ele disse que vai tentar buscar um carro blindado para si.
A Casa Civil, por sua vez, informou que o decreto que regula o uso de veículos por ex-presidentes não prevê que os veículos sejam blindados e que nenhum ex-presidente tem direito a esse benefício. A pasta disse que Bolsonaro tem à sua disposição dois veículos oficiais com motoristas e quatro servidores para atividades de segurança e apoio pessoal.
O impasse entre Bolsonaro e o governo Lula mostra que a relação entre os dois líderes políticos continua tensa e polarizada, mesmo após a saída do primeiro do poder. Bolsonaro já declarou que pretende disputar as eleições de 2026 e que vai fazer oposição ao atual governo. Lula, por sua vez, tem criticado as medidas tomadas por Bolsonaro durante a pandemia e defendido uma agenda de desenvolvimento social e econômico para o país.